segunda-feira, dezembro 14, 2009

saco de memórias, envelope 200

 deve ter sido numa dessas tardes abafadas,
daquelas que cortam o verão ao meio.
uma tarde em que as portadas de madeira tosca
estivessem batidas,
    <---- ----="" fora="" para="">

      as cortinas frágeis,
              inchadas de vento,
   encharcadas de luz.

as hoRAS l...e...n...t...a...s

a despreocupação de quem ainda nada sabe...
a ceifeira do Pessoa
que todos fomos,
quando em nós, a criança.

P.S. - e o bigode do meu pai, daqueles de 87:
                                             a encimar-lhe o sorriso

O rádio perpétuo, e eu a beber-lhe a música toda
e eu a beber pedaços de então, que até hoje... que agora.

a antena oxidada, e por isso  
 os estalinhos do FM (~*~*)

nos olhos da minha mãe, aquele sol que molhava as cortinas
nos olhos da minha mãe durava um sorriso
encimado por um bigode,
daqueles de pré 90...

E eu a beber das colunas
deitado numa carpete desbotada
no soalho de madeira antiga
que rangia,
quando o meu pai ca-mi-nhava...

E este música de agora... eu sei que houve uma tarde
em que o verão, rachado ao me/io...

o sabor d'um pedaço de então...




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