domingo, outubro 21, 2007

Amar-te-ei, enquanto em ti houver algo que eu não saiba

Nessas manhãs luminescentes o sol espalmava-se pelas frinchas da persiana que tanto te pedia para desceres por completo. Sabias que a mínima poeira de luz me tremia o sono e nem te cansavas numa justificação.
- Porque sim... - dizias tu, e eu sabia que o nada que me disseras tinha nele um mistério que me era proibido.
O amor não é a entrega absoluta que alguém me dissera, soube-o contigo. Se eu te amo isso significa que grande parte de mim te está acessível, mas não tudo, nunca o absoluto.
Porque se soubesses a minha verdade primária, saberias tanto de mim como eu próprio e então eu já não teria nada para te oferecer.


Será o amor um limite, será a verdade um limite, apenas a procura de um repouso que não há? Belo é o que não se sabe, o que se não conheceu.
Abrir um corpo e a pessoa que lá mora. E que só lá mora enquanto a procuramos. Depois o regresso e a simultânea e incrível redução da pessoa a um objecto...


V.F.
Estrela Polar

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