As implicações imediatas de um sono perfeito

Maravilhas, digo eu, maravilhas...

Um sono longo e suave de 10 horas, marinado em sonhos intermitentes, para que o subconsciente se alimente de desejos encravados.

Subo a persiana e um sol aquoso jorra aos galões pelo quarto.

Um café quente na varanda, enquanto os miúdos da escola primária em frente polvilham o ar com sonorizações próprias de uma alegria sincera.

Um cão liquefeito de mimos enrosca-se nas minhas pernas e exige quantidades absurdas de festas. Consinto e não deixo de sorrir quando um tremelicar de cordas vocais, em forma de "hummm", brota ténuamente a cada resvalar da mão sobre o peito rosado.

Ser capaz de ser feliz, pontualmente, com o pouco da minha rotina, sendo a única premissa: uma noite bem dormida, é conservar um pouco da mesma substância dos guinchos histéricos dos putos que existem ao sol, no pátio da escola.

Escrevo sobre ser feliz e repito:

"A felicidade tem em amplitude o que lhe falta em comprimento..."