Lapa, à hora dos funerais
Na cidade
uma torre
de granito
Na rua
a um dia
sucede um outro dia
Pela tarde
os sinos
trá-los o vento ao sotão
lembram
as horas que passam
toda a solidão do mundo
João Pedro Mésseder
Um sotão de madeira e cimento; a luz, filtrada pelas nuvens grossas e escuras, espalha-se em nevoeiro. Vejo-te no centro, debruçado sobre a folha branca. Desligaste o rádio para que a efervescência das pessoas que cruzam as ruas, lá em baixo, te endureça o coração e torne a escrita um impulso premente. Hesitas a mão, o mínimo de certeza antes de qualquer coisa... De repente o dobrar dos sinos, lânguidos e desprendidos, anexados ao vento que rompe pelas frinchas propositadas dessa janela inclinada. Sentes uma enorme pena de ti mesmo e essa auto-comiseração mete-te nojo mas é te impossível fugir-lhe, sabes isso tão bem...
E é então que decides o poema com uma lágrima... que não choras.
uma torre
de granito
Na rua
a um dia
sucede um outro dia
Pela tarde
os sinos
trá-los o vento ao sotão
lembram
as horas que passam
toda a solidão do mundo
João Pedro Mésseder
Um sotão de madeira e cimento; a luz, filtrada pelas nuvens grossas e escuras, espalha-se em nevoeiro. Vejo-te no centro, debruçado sobre a folha branca. Desligaste o rádio para que a efervescência das pessoas que cruzam as ruas, lá em baixo, te endureça o coração e torne a escrita um impulso premente. Hesitas a mão, o mínimo de certeza antes de qualquer coisa... De repente o dobrar dos sinos, lânguidos e desprendidos, anexados ao vento que rompe pelas frinchas propositadas dessa janela inclinada. Sentes uma enorme pena de ti mesmo e essa auto-comiseração mete-te nojo mas é te impossível fugir-lhe, sabes isso tão bem...
E é então que decides o poema com uma lágrima... que não choras.
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