intimidades (anotação IV)
em geografias e tempos desconhecidos
pousaste o corpo fatigado pelo peso do teu esplendor,
diz-me - entregaste já o teu segredo?
ou poupaste-o aos ouvidos do homem?
na minha cabeça
és o lago calado onde os mistérios se afogam para que se cumpram como mistérios
as águas humanas onde nem deuses ousam entrar
és a prova do impossível, um limite astrofísico
o gume que ceifou as ilusões de uma vontade em chamas.
E de verdade, já nem sei:
És o passado que me alimenta a prosa?
Ou a prosa que enterrei no passado?
pousaste o corpo fatigado pelo peso do teu esplendor,
diz-me - entregaste já o teu segredo?
ou poupaste-o aos ouvidos do homem?
na minha cabeça
és o lago calado onde os mistérios se afogam para que se cumpram como mistérios
as águas humanas onde nem deuses ousam entrar
és a prova do impossível, um limite astrofísico
o gume que ceifou as ilusões de uma vontade em chamas.
E de verdade, já nem sei:
És o passado que me alimenta a prosa?
Ou a prosa que enterrei no passado?