segunda-feira, dezembro 28, 2009

Elbow - Switching off





Last of the men in hats hops off the coil
And a final scene unfolds inside
Deep in the rain of sparks behind his brow
Is a part replayed from a perfect day
Teaching her how to whistle like a boy
Love's first blush

Is this making sense?
What am I trying to say?
Early evening June
This room and a radio play
This I need to save
I choose my final thoughts today
Switching off with you

All the clocks give in
And the traffic fades
And the insects like a neon choir
The instant fizz
Connection made
And the curtains sigh
In time
With you

You, the only sense the world has ever made
Early evening June
This room and radio play
This I need to save
I choose my final scene today
Switching off

Ran to ground for a while there
But I came off pretty well

You, the only sense the world has ever made
This I need to save
A simple trinket locked away
I choose my final scene today
Switching off with you




Vou dormir.
Desejo sinceramente que a música e a letra vos sacuda alguma memória,
porque se sim... enfim...
porque se sim então já sabem porque sim.

Houve em vós o maior dos mistérios,

E se ao passar se foi embora...

sentem-se à beira
dos trilhos da sua ida.

- but beware -

quando não poderem fazer mais nada então: ...

abdiquem
mas não esqueçam

Boa noite...
daqui Tó ... a desligar-se.

terça-feira, dezembro 15, 2009

Fim, quando eu morrer

Porque quedas a bandeira,
cerimonioso cavalheiro,
na perfeita metade da haste?
murmurou-to das cinzas, o alheio?

há quanto tempo to disseram,
e tu sem pensar
que quem morre há de ser lembrado
na bandeira presa
que tenta escapar.

diz-me, então
se não é a verdade:
que quanto mais longe do chão
mais doce a liberdade?

Quando eu morrer,
se alguém se lembrar,
arranquem bandeiras
e deixem-nas voar.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

saco de memórias, envelope 200

 deve ter sido numa dessas tardes abafadas,
daquelas que cortam o verão ao meio.
uma tarde em que as portadas de madeira tosca
estivessem batidas,
    <---- ----="" fora="" para="">

      as cortinas frágeis,
              inchadas de vento,
   encharcadas de luz.

as hoRAS l...e...n...t...a...s

a despreocupação de quem ainda nada sabe...
a ceifeira do Pessoa
que todos fomos,
quando em nós, a criança.

P.S. - e o bigode do meu pai, daqueles de 87:
                                             a encimar-lhe o sorriso

O rádio perpétuo, e eu a beber-lhe a música toda
e eu a beber pedaços de então, que até hoje... que agora.

a antena oxidada, e por isso  
 os estalinhos do FM (~*~*)

nos olhos da minha mãe, aquele sol que molhava as cortinas
nos olhos da minha mãe durava um sorriso
encimado por um bigode,
daqueles de pré 90...

E eu a beber das colunas
deitado numa carpete desbotada
no soalho de madeira antiga
que rangia,
quando o meu pai ca-mi-nhava...

E este música de agora... eu sei que houve uma tarde
em que o verão, rachado ao me/io...

o sabor d'um pedaço de então...